sexta-feira, 12 de outubro de 2012

POLUIÇÃO DE AFLUENTE NO VALE DO JAGUARIBE

EM LIMOEIRO DO NORTE -CEARÁ RIO JAGUARIBE ESTÁ SENDO
 DEGRADADO PELO DEPÓSITO DE LIXO

Do Jornal Diário do Nordeste

O leito do afluente tem se assemelhando a uma grande rampa, em vista do acúmulo de resíduos sólidos que jogados pela população. Isso tem causado ao longo dos últimos anos a crescente degradação do manancial fotos: Ellen Freitas
Limoeiro do Norte. Os moradores do bairro Sítio Ilha, localizado no Centro da cidade, assistem desesperançosos à degradação de um afluente do Rio Jaguaribe. O lixo tem tomado conta das margens do rio e nada foi feito por parte da Prefeitura para ajudar a resolver o problema ambiental, segundo apontam.

A situação vem sendo constatada há vários anos, de acordo com Maria de Fátima Lima Amorim, que reside na comunidade há 32 anos. "Desde que eu moro aqui, enfrentamos esse problema. Tem um carro do lixo, mas dificilmente os garis limpam o entulho que fica. Não me lembro da última vez que fizeram limpeza, só sei que já fazem muitos anos", explicou.

Sem chuvas
Nesse período, como não houve inverno, o nível do rio está baixo. De acordo com populares, quando chega o período das chuvas, os problemas são maiores. "Por ocasião das chuvas, há um aumento do nível do rio e as pessoas somente veem o lixo misturado com as águas. A sujeira vai ganhando volume e causando mais transtornos para a comunidade", disse uma moradora que preferiu não se identificar.

A comunidade fica entre os rios Jaguaribe e Banabuiú. Quando há enchente, os rios se cruzam e a água, juntamente com o lixo, invade a casa de alguns moradores locais.

Na outra margem do rio, está localizado o mercado público. De lá também são despejados restos de alimentos e muito lixo orgânico, especialmente resíduos de carnes, ao fim de um dia de trabalho.

De acordo com Maria de Fátima, o carro da Prefeitura recolhe, no fim do dia, alguns baldes com ossada após o corte da carne para venda, mas existem pessoas que acabam destinando o material imprestável na outra margem do rio, a céu aberto. "Ali é tipo um barranco, eles chegam e só fazem jogar os resíduos. Eles não sabem que isso pode prejudicar só a eles mesmos", disse a moradora.

Segundo Maria de Fátima, ela já teve que tirar dinheiro do próprio bolso para limpar uma área em frente à sua casa, que estava virando rampa de lixo. "Eu tive que pagar R$ 20,00 a um homem pra limpar aqui na frente da minha casa. Já estava virando um lixão. Teve um tempo em que o carro da Prefeitura não limpava, então eu tive que arcar com os custos", explicou.

A solução encontrada por moradores é queimar o lixo. Mas, de acordo com eles, o corpo de bombeiros militares no município não permite a prática.

Quem passa pelo local se surpreende com a quantidade e os tipos mais variados de resíduos. Pneus, sacos plásticos, móveis velhos, caixas de papelão, galhos de árvores, dentre outros materiais. São distintos os tipos de lixo que são descartados incorretamente. Além da poluição causar enormes prejuízos ao meio ambiente, a saúde dos moradores também pode ser afetada pelo descuido, como diz a moradora do lugar.

Alguns residentes utilizam a água do rio para dar banho em animais, lavar de roupa e louça. É possível flagrar também a pesca e a descamação do peixe nessas águas. As crianças também frequentam o rio para tomar banho, o que aumenta o risco principalmente de doenças de pele.

Preocupação
Essa preocupação tem mobilizado a escola Wilson Estácio de Souza, localizada na comunidade. Professores trabalham, constantemente, com alunos a questão ambiental e procuram despertar a comunidade para os cuidados com o rio.

"Iremos iniciar um projeto na escola, que tem objetivo de conscientizar alunos e pais para que sejam mudadas essas práticas que prejudicam o meio ambiente", explicou a autora do projeto, professora Rosa Helena.

O projeto é baseado na educação solidária e sustentável. Através de palestras e reuniões com pais de alunos, serão abordados temas como sustentabilidade, saúde, lixo, saneamento ambiental e outras temáticas pertinentes à realidade enfrentada pela comunidade.

Segundo a professora Rosa Helena, a esperança é que, através dos alunos, os pais assumam outra postura e colaborem com o bem-estar da comunidade e do meio ambiente.

Ellen FreitasColaboradora

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