quinta-feira, 3 de maio de 2012

CONTRADIÇÃO CIENTÍFICA E O AQUECIMENTO GLOBAL

NOVOS ESTUDOS MOSTRAM QUE GELEIRAS DOS HIMALAIAS ESTÃO AUMENTANDO DE
 TAMANHO E CONTRARIA O DEGELO CAUSADO PELO AQUECIMENTO GLOBAL

Do site: Planeta Sustentável

O mais notável fiasco do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), a conferência da ONU realizada em 2007, foi a inclusão em seu relatório final da previsão de que, em decorrência do aquecimento global, os glaciares do Himalaia poderiam desaparecer até 2035. O derretimento teria consequências catastróficas para 1,3 bilhão de pessoas que dependem da água produzida pelo degelo nas montanhas mais altas do mundo. Demorou três anos para que os próprios cientistas que compõem o Painel admitissem que a previsão se baseava em dados manipulados, sem o menor fundamento científico. Só na semana passada, decorridos mais dois anos, dois estudos começaram a estabelecer o que está acontecendo nas montanhas. A realidade é que, em lugar de o degelo estar ocorrendo de forma acelerada, em algumas partes do Himalaia as geleiras estão até ganhando volume. 

O primeiro estudo, da Universidade de Zurique, na Suíça, publicado na revista Science, revisou dezenas de pesquisas. Concluiu que a maior parte dos glaciares da cordilheira do Himalaia (que abriga o Monte Everest, o pico mais alto do mundo, com 8 844 metros) sofreu reduções de volume desde meados do século XIX. Mas o ritmo ainda ocorre de forma mais lenta que nos demais glaciares do mundo. Mais ainda, em alguns deles, especialmente naqueles localizados nas Karakoram (montanhas que reúnem a maior quantidade de picos acima de 7 000 metros, entre eles o K2, com 8 611 metros), a tendência é exatamente oposta. Entre 2001 e 2006, 58% dos glaciares de Karakoram ganharam massa ou permaneceram estáveis.

A segunda pesquisa, realizada pela Universidade de Grenoble, na França, chegou à mesma conclusão. Foram comparadas imagens de satélite tiradas em 1999 e 2008 de uma região que corresponde a um quarto da área total da cordilheira. Nesse intervalo de tempo, houve um crescimento médio de 11 centímetros por ano no volume de gelo total dos glaciares, ainda que algumas áreas tenham experimentado pequenas reduções. A tendência nesse trecho vizinho do Himalaia é oposta à observada globalmente. Outros estudos ainda são necessários para explicar com exatidão os motivos para esse comportamento distinto. "Estamos aprendendo aos poucos a complexidade climática no mundo", disse a VEJA Jeffrey Kargel, glaciologista da Universidade do Arizona e coautor da revisão feita na Suíça. "Uma onda de calor não é necessariamente um reflexo do aquecimento global, da mesma forma que uma onda de frio não é a negação de que esse processo está ocorrendo."

Os glaciares ainda são muito pouco estudados. Das centenas de milhares existentes, os cientistas têm acesso a dados detalhados de pouco mais de 100 - em parte por causa das dificuldades de acesso e do reduzido número de estações meteorológicas de controle nessas regiões. A múltipla fronteira entre China, Índia, Paquistão e Nepal tem a segunda maior concentração de glaciares do planeta. São mais de 54 000 deles, espalhados por quase 41 000 quilômetros quadrados (área pouco menor que a do estado do Rio de Janeiro), número menor apenas do que o observado na região que abarca o Ártico e o estado americano do Alasca.

Postagem: blog da ECOS

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